Suor excessivo ... doença?

09:26



A transpiração é um mecanismo normal do organismo para regular a temperatura do corpo de acordo com o ambiente ou também para eliminar calor quando se pratica exercícios físicos. Mas, a produção excessiva de suor, chamada de hiperidrose, é considerada doença e acomete 1% da população. Ela ocorre devido à intensa atividade das glândulas sudoríparas e pode ser generalizada ou localizada, geralmente atingindo as mãos, os pés, as axilas e a face.
Apesar de não ser grave, causa desconforto e constrangimento às pessoas, que evitam cumprimentar com aperto de mão, levantar os braços ou usar certos tipos de cores nas roupas. De acordo com a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Isabella Doche, alguns fatores emocionais como ansiedade e exposição a situações de estresse podem levar à hiperidrose. "Existem fatores primários, como estresse, ansiedade, ambientes muito abafados e roupas com tecidos que não absorvem o suor, além de fatores secundários, como diabetes e hipertireoidismo", explica.
Para Isabella, os pacientes devem ficar atentos às situações de estresse e procurar desenvolver técnicas de relaxamento e controle da ansiedade. "Muitas vezes o que acontece com o paciente é que o simples fato de transpirar já leva à maior transpiração. Com ajuda psicoterápica ele conseguirá controlar a ansiedade", aponta a dermatologista.
Geralmente, a hiperidrose acomete adolescentes e adultos jovens, devido, segundo ela, às primeiras exposições a situações de estresse ou ansiedade na escola ou no trabalho, por exemplo, uma prova ou chamada oral, entrevista de emprego ou até mesmo apresentação em público. "Não se sabe ao certo a causa da doença, mas talvez haja hiperatividade constitucional do sistema nervoso simpático em pessoas emocionalmente estáveis".
Para absorver ou diminuir a transpiração, Isabella Doche recomenda a aplicação de talcos e loções específicas, que devem ser prescritas por um médico especialista. Em muitos casos, como afirma a dermatologista, medicações orais e toxina botulínica auxiliam no tratamento.
Conforme a intensidade da transpiração, o médico irá avaliar o melhor tratamento. "Geralmente procuramos iniciar com o tratamento mais simples, que inclui a utilização de loções específicas que controlam a produção do suor", explica a dermatologista.
Se este tratamento não surtir efeito, Isabella Doche sugere a aplicação da toxina botulínica  no local, já que costuma gerar resultados por seis meses, ou também o uso oral de alguns medicamentos. "Devido a alguns efeitos colaterais, os medicamentos não costumam ser bem tolerados", afirma.
Conforme explica Isabella, o procedimento para aplicar a toxina botulínica é rápido e pode ser feito no consultório. A duração do tratamento é, em média, de seis meses. "O melhor local para aplicação é a axila, pois não corremos o risco da difusão do medicamento para outros locais. É muito importante salientar que algumas profissões devem evitar a aplicação da toxina nas mãos e nos pés, pelo risco de fraqueza muscular no local. O grande inconveniente deste tratamento é o valor, infelizmente nem todos os pacientes podem arcar com o custo".
Para os casos em que o tratamento clínico não surtiu efeito na transpiração localizada, os médicos recomendam o procedimento cirúrgico. Segundo a dermatologista Isabella Doche, a maioria dos pacientes se recupera da transpiração excessiva quando são submetidos a esse procedimento.
No entanto, ela afirma que a cirurgia pode levar o problema da transpiração para outro local do corpo. "Chamamos de hiperidrose paradoxal, quando diminui a transpiração em um local e aumenta em outro. Hoje em dia a técnica vem sendo aperfeiçoada e cada vez menos temos esses efeitos".
Conforme explica a médica, a intervenção cirúrgica vem sendo realizada com alto grau de satisfação e poucos efeitos colaterais. No entanto, a decisão de realizar ou não a cirurgia para a cura da hiperidrose depende da avaliação médica, que irá analisar com cautela cada caso.
Fonte: BBel







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