Suor excessivo ... doença?
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A transpiração é um mecanismo normal do
organismo para regular a temperatura do corpo de acordo
com o ambiente ou também para eliminar calor quando se pratica exercícios
físicos. Mas, a produção excessiva de suor, chamada de hiperidrose, é
considerada doença e acomete 1% da população. Ela ocorre devido à intensa
atividade das glândulas sudoríparas e pode ser generalizada ou localizada,
geralmente atingindo as mãos, os pés, as axilas e a face.
Apesar
de não ser grave, causa desconforto e constrangimento às pessoas, que evitam
cumprimentar com aperto de mão, levantar os braços ou usar certos tipos de
cores nas roupas. De acordo com a dermatologista e membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia Isabella Doche, alguns fatores emocionais como ansiedade e exposição a
situações de estresse podem levar à hiperidrose. "Existem fatores primários, como estresse,
ansiedade, ambientes muito abafados e roupas com tecidos que não absorvem o suor, além de fatores secundários, como
diabetes e hipertireoidismo", explica.
Geralmente, a
hiperidrose acomete adolescentes e adultos jovens, devido, segundo ela, às
primeiras exposições a situações de estresse ou ansiedade na escola ou no
trabalho, por exemplo, uma prova ou chamada oral, entrevista de emprego ou até
mesmo apresentação em público. "Não se sabe ao certo a causa da doença,
mas talvez haja hiperatividade constitucional do sistema nervoso simpático em pessoas
emocionalmente estáveis".
Para absorver ou diminuir a transpiração, Isabella Doche
recomenda a aplicação de talcos e loções específicas, que devem ser prescritas
por um médico especialista.
Em muitos casos, como afirma a dermatologista, medicações orais e toxina
botulínica auxiliam no tratamento.
Conforme explica Isabella, o procedimento
para aplicar a toxina botulínica é rápido e pode ser feito no consultório. A
duração do tratamento é, em média, de seis meses. "O melhor local para
aplicação é a axila, pois não corremos o risco da difusão do medicamento para
outros locais. É muito importante salientar que algumas profissões devem evitar
a aplicação da toxina nas mãos e nos pés, pelo risco de fraqueza muscular no
local. O grande inconveniente deste tratamento é o valor, infelizmente nem
todos os pacientes podem arcar com o custo".
Para os casos em que o tratamento clínico não surtiu efeito na
transpiração localizada, os médicos recomendam o procedimento cirúrgico.
Segundo a dermatologista Isabella Doche, a maioria dos pacientes se recupera da
transpiração excessiva quando são submetidos a esse procedimento.
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